"Percorri toda essa trajetória e até agora não cheguei a lugar algum.
Sim, acredite, eu mudei muito. Descobri dentro de mim mesma, uma pessoa muito paciente, muito esperançosa muito corajosa, muito guerreira. Mas chega um ponto que as forças acabam, o corpo pede descanso e a mente já não funciona.
Meu coração já não aguenta mais bater, as lágrimas já não chegam aos meus olhos, e minhas pernas não sustentam mais o meu corpo. Isso tudo porque aquela mensagem de "eu te amo" não chegou aos meus ouvidos, esse tempo todo. "
Anne Martins

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Não sei a veracidade dos fatos, talvez não tenha passado de uma imaginação, ou uma ilusão minha.
Passei um tempo achando que estava ficando louca, sabe aquela famosa história de criança que tem um amiguinho imaginário? Pois bem, acho que foi isso.
Por diversos dias, interagi com um amigo imaginário, não sei como, ou porquê, mas sentia verdadeiramente o que acontecia e em diversas situações acho que ele, meu amigo imaginário, também sentia o que estava acontecendo.
Acredito, Zé, que todos os pingos serão colocados em seus respectivos i's e a partir desse momento eu estarei livre de uma culpa que talvez não seja minha, nem dele, pois nesse tipo de coisas não têm culpados, nem sentenças. Acho que a maior sentença em um caso desses é o sentimento sendo remoído durante dias ou meses, até mesmo anos, sem a certeza de sua existência.
Tem uma letra de um grande amigo meu, que traduz tudo o que eu estou sentindo nesse exato momento, mas Lucas Castello Branco sempre consegue traduzir em suas letras todos os meus sentimentos, sejam eles de amor, saudade, utopias ou coisas do tipo. E a letra diz as seguintes frases esclarecedoras: " Mas por que se diz direito trocando de par assim? E eu achando que o amor, que o amor existia, e você se calava e sorria, só ria, só!"  Boa, meu nobre poeta, você é verdadeiramente redundante, começa e termina no amor ! Lindo.
Então, meu caro amigo, o que nos resta, ou melhor, o que me resta é esperar. Faltam cinco dias apenas para esclarecermos tudo o que precisa ser esclarecido e depois disso tudo o que eu mais preciso é uma Antárctica gelada e um samba de raiz para esquecer tudo o que tem acontecido nos últimos dias. Pois se não me bastasse todos os problemas pessoais, ainda me aparecem zilhões de problemas no trabalho, na faculdade, na família. Ai Zé, tudo o que eu queria nesse momento era viver no país da Alice, só maravilhas.
Meu caro, por falar em trabalho, faculdade e afins, eles me esperam, e eu tenho que ir agora.
Me resta dizer que em 5 dias estarei na cidade maravilhosa para resolver todas essas pendências.

Vamos nessa e como já dizia outro poeta, "Aquele abraço" !

domingo, 8 de abril de 2012

Amigo Zé,
Venho nesse domingo de páscoa expressar tamanha felicidade. Aos poucos as coisas estão caminhando, da maneira que eu tanto queria.

No domingo, 18 do mês passado, recebi de presente uma carta que dizia: "seja bem vinda à minha vida".
Não há mais o que ponderar. Parei no "fiteiro" da esquina, comprei uma carteira do meu cigarro favorito, e fumei-o, até que ele acabasse. Sentia meu pulmão escurecer, e por já ter perdido o costume senti um incômodo na garganta pelo ardor do cigarro mentolado, mas nem se comparava à dor da saudade que hoje sinto.

Zé, não vou negar, já não tenho forças para lutar contra essa saudade que a cada dia domina mais o meu corpo.

A parte boa disso tudo, Zé, é que essa minha dor passará muito em breve. Esse é o motivo principal pelo qual eu estou te escrevendo, separa a cerveja e afina o cavaco que daqui há 37 dias estarei pela Lapa e te apresentarei uma pessoa especial.

Fico por aqui, querido amigo. Meus pais estão hospedados na minha casa e hoje é dia de churrasco, cerveja e muito samba, em terras pernambucanas.

Um beijo grande !


sábado, 17 de março de 2012

Carta ao amigo Zé.

Recife, 17 de março de 2012.

Boa noite, Zé.
Peço desculpas por ter demorado 41 dias para te escrever, porém por aqui as coisas estão muito corridas. Desde que cheguei nessa cidade nova, ainda não consegui parar para colocar as idéias no lugar, estou deixando que o vento daqui me carregue. Essa é a primeira novidade, Zé, aqui faz muito calor, mas venta mais que no Rio. A segunda novidade é que parei de fumar, aquilo já não estava me fazendo bem, me cansava ao subir as ladeiras da cidade alta, o cheiro já estava me incomodando e o fato de estar me tornando dependente me assustava, então, resolvi cortar o mal pela raiz e fumei meu último cigarro há 10 dias atrás. Poucas vezes saio para beber, mas também quando bebo é para lavar a alma. Ainda não me acostumei com o fato da cerveja aqui ser tão barata.
Zé, ultimamente tenho chorado muito de saudades. Esses dias estava pensando na possibilidade de voltar, apesar de saber que aqui eu crescerei muito mais profissionalmente, é aí que é o meu lugar, aí que estão os meus amores, a minha família, o meu samba.
O que me salva dessa saudade, é justamente, a falta de tempo. Nunca fiquei tão feliz por estar trabalhando em excesso, são 15h fora de casa, quando chego só sinto vontade de tomar banho e dormir. Mas, vez ou outra, me agarro nos livros para dar uma estudada. Mais um período está indo embora, daqui a pouco começam as provas, quando eu menos esperar já terei que fazer a rematrícula.
Zé, apesar de ser sábado, o dever me chama, tenho que abraçar os livros, pois as provas estão chegando.
Assim que eu tiver tempo, te escrevo novamente.
Ah, e me faça um favor ! Passe na minha casa e avise à minha família que estou com saudades.

Até logo.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Você não tinha o direito de fazer isso comigo.
Eu não te deixei levar contigo o meu amor, sem dizer quando o trará de volta.
Sempre disse por aí que amor é relativo. Relativo..hoje eu escutei você me dizer essa palavra algumas vezes.
Acho engraçado que todos associam o amor à alguma coisa que durou muito tempo, ou que passou a existir depois de algum tempo. Eu te amei sim, depois de dois dias e por duas semanas, e aí?! Quem me dirá que não foi amor? Ninguém sabe o que eu senti, ninguém estava comigo no meu quarto contando quantas lágrimas escorriam pelo meu rosto, ninguém pedia à Deus em preces que você voltasse e voltasse pra mim.
Me parece que ele não me escutou, desconfio que ele não me escuta há algum tempo, devo estar em dívida com ele.

"-Ó pai, sempre lhe pedi sabedoria, força e amor. Sabedoria, dizem que o senhor me deu, força..esqueceu de colocar no pacote, e amor..nossa, o senhor dessa vez exagerou..tenho como repensar esse pedido? Trocar esse amor por tranquilidade, paz, sossego..é só o que eu quero nesse momento."

Mas de qualquer forma eu tenho muito a te agradecer. Com você eu aprendi que não estou imune aos sentimentos repentinos, aprendi que o boêmio também ama e o mais importante: aprendi a receber "não" sem que ele seja efetivamente dito.
Amanhã me despedirei da boemia carioca e logo após embarcarei para a Veneza brasileira, e por lá ficarei por tempo indeterminado. Tenho em minha consciência que esse foi um sentimento limpo, bonito e sincero..porém passageiro como as chuvas da estação.
Fevereiro começa com a chegada do carnaval e quando vai embora leva com ele o meu amor de verão. Já as águas de março quando se anunciam, me trazem gotas de realidade: Acorda, menina, é só amizade !

Obrigada, tenho certeza que ainda nos encontraremos algumas vezes..afinal, peço licença para usar um clichê: a vida dá voltas !

Pra finalizar, deixo para você algo que escrevi há um tempo e comentei  com você entre uma pedra e outra da praia do Arpoador.

"Amar, Amor meu, eu amei..
e amei como ninguém um dia amou, Amor.
Nunca havia te visto antes, 
nem ao menos falado contigo. 
Não contigo, amor..falei sim, com seu codinome, 
mas eu não amei seu codinome, Amor..
eu amei você,
você de verdade, 
você sem licença poética.

Pensei, 
da mais inocente maneira, 
que todo aquele sentimento..
que hoje não sei se foi amor ou sofrimento..
havia ficado preso nas voltas do tempo

Errei, pois essas mesmas voltas do tempo, 
trouxeram de volta,um dia, todo aquele sentimento, 
aquele sofrimento, aquele amor.

Foi tão rápido e tão lento ao mesmo tempo, 
apenas alguns passos e tantos pensamentos, 
tantos sentimentos, tantas confusões. 
Meu corpo tremeu, eu suei frio sentindo calor, 
fiquei meio desnorteada, 
e quando me dei conta uma lágrima caia pelo meu rosto..
é eu estava te vendo, 
pessoalmente, 
sem pseudonimos, máscaras..
sem a sua licença poética..
ali estava você,
eu sabia que era você, 
que não era seu personagem.

Meu amor, diante dos meus olhos
e eu não podia fazer nada
apenas trocar de calçada
e esperar mais uma volta
até que um dia o tempo te traga."

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sintomas de novo amor

Hoje eu me dei conta que o que eu sinto por você é algo mais que uma paixão repentina.
Ao sentir um frio na barriga que toma meu corpo inteiro e me deixa aflita durante o dia que não te vejo, ou me pegar chorando de saudade de uma coisa que eu ainda não vivi, e acredito que não viverei.
Você, meu amor , esqueceu de me avisar que nossa relação duraria apenas uma noite, e eu que sou movida a amor, acabei me doando mais do que o necessário, precipício.
A vontade que eu tenho é de te culpar, pela perfeição, pelas medidas certas, pelas palavras, pela forma que as soube empregar, pela beleza dos olhos, pelas esquivadas nos momentos mais excitantes, pelas mudanças de assunto nos horários mais indevidos, curiosidade.
Pra falar a verdade, a vontade que eu tenho, é te carregar junto comigo pra onde eu for, me jogar de vez nesse precipício sem volta e ver no que vai dar, impossível.
Mas você se foi e não volta mais, assim como as pétalas de uma flor carregadas pelo vento na pedra do Arpoador, dor.
Vai, vai que teu destino te espera, vai que a felicidade está de braços abertos te esperando, vai que você merece ser feliz.
O meu destino é o samba, sempre desconfiei que ele curaria minha dor e supriria meu amor.

E já que o samba é o que me resta, irei procurá-lo pelas ruas da Lapa.