"Percorri toda essa trajetória e até agora não cheguei a lugar algum.
Sim, acredite, eu mudei muito. Descobri dentro de mim mesma, uma pessoa muito paciente, muito esperançosa muito corajosa, muito guerreira. Mas chega um ponto que as forças acabam, o corpo pede descanso e a mente já não funciona.
Meu coração já não aguenta mais bater, as lágrimas já não chegam aos meus olhos, e minhas pernas não sustentam mais o meu corpo. Isso tudo porque aquela mensagem de "eu te amo" não chegou aos meus ouvidos, esse tempo todo. "
Anne Martins

quinta-feira, 26 de março de 2009

Amigo de copo.


Venho diante desse bilhete, caro amigo, desabafar meu humilde sentimento.

Você que esteve comigo durante todo este tempo, entre todos os bares e botequins, entre goles de cerveja e doses de tequila, você que enxugou minhas lágrimas diante de tanto sofrimento e me encaminhou para casa alentando-me à reagir.

Quero diante deste bilhete, nobre amigo, avisar-te que meu sofrimento acabou.

Não amo tanto quanto amava, não choro tanto quanto chorava, não bebo tanto quanto bebia.

O amor, acabou verdadeiramente, havia um dia de acabar...estava demorando por demais até..

Já a bebida, meu doce amigo...A bebida está no bar, basta o nobre colega me convidar, que acompanho-te à um ou dois goles de cerveja, e quantas tequilas forem necessárias para que eu volte alegre para minha humilde residência.

E a conta, meu bom colega...dessa vez ela fica com você, pois não há mais de onde tirar dinheiro, passei um ano, trezentos e sessenta e cinco dias pagando todas as contas de todos os bares , de todos os restaurantes, e de todos os botequins pelos quais nós passamos.

Cheque especial, cartão de crédito, SPC, SERASA...tudo no vermelho.

Acredito eu que saí do sofrimento de um amor não correspondido...e estou entrando no sofrimento do saldo devedor de meu banco.

Amor não correspondido não dá cadeia...e divida, dá?


É isso, meu ilustrissimo amigo... A crise está afetando os meus bolsos, mas informo-te alegremente que a bolsa de valores de meu coração está em alta. Altamente livre, altamente alegre, altamente feliz.




Felicidade, pra quê mais?








(...)






E outros trezentos e sessenta e cinco dias se passaram, mas esse bilhete não foi respondido.

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