"Percorri toda essa trajetória e até agora não cheguei a lugar algum.
Sim, acredite, eu mudei muito. Descobri dentro de mim mesma, uma pessoa muito paciente, muito esperançosa muito corajosa, muito guerreira. Mas chega um ponto que as forças acabam, o corpo pede descanso e a mente já não funciona.
Meu coração já não aguenta mais bater, as lágrimas já não chegam aos meus olhos, e minhas pernas não sustentam mais o meu corpo. Isso tudo porque aquela mensagem de "eu te amo" não chegou aos meus ouvidos, esse tempo todo. "
Anne Martins

domingo, 16 de novembro de 2008

Cansaço.

Ela acordou cansada, não queria mais provar para os outros que ela não passava de mais uma mercadoria rotulada pela sociedade.Estava cansada de tantas ideologias, de tantas pessoas dando palpites em sua vida.Ela não aguentava mais ter que agir da maneira que os outros achavam certo, estava cansada de fingir que se encaixa nos padrões da sociedade, e a vontade dela era chamar todo o mundo de filho da puta.
Ela queria gritar aos sete ventos o nome de quem amava, queria beijar e abraçar esta pessoa, e queria ouvir da boca da mesma que esse sentimento era reciproco.
A menina não aguentava mais lutar, o amor já tinha esgotado com todas as suas forças, já não havia nenhum brilho em seu olhar, e seu sorriso há muito tempo já não era o mesmo.
Todos ao seu redor estavam percebendo que a menina havia mudado, ela não brincava mais, ela não contava mais piadas, ela já não escrevia seus poemas.A menina só vivia pelos cantos, já não cuidava da aparência, sua vida estava uma bagunça e em seus pensamentos só cabiam uma pessoa, o seu grande amor.
Aquele sentimento só crescia dentro do peito dela, em algumas horas parecia que ia explodir.
A pequena menina estava cansada da hipocrisia humana, que acabara de a corromper, seu amor não era correspondido e ela havia prometido não amar mais àquela pessoa, não demonstrar mais seu amor, não queria mais ser apontada como a pedra no sapato de uma pessoa, um peso nas costas, ou uma mala sem alça.E assim fez, ela fingia não sentir absolutamente nada, fingia estar tudo bem, literalmente fingia que cagava e andava para a situação.Mas por dentro, a menina estava nas trevas, a menina estava na amargura como nunca antes tinha estado, ela não sabia mais o que valia à pena, se era melhor continuar sendo uma pedra no sapato de seu amor, ou se era melhor seguir o caminho novo e passar a ser a hipocrisia em pessoa.
E ela não tinha como escolher, para ela qualquer uma das opções dariam no mesmo resultado, nenhuma das opções transformaria a vida dela em um mar de rosas, então, já que era para fazer o bem para alguém, ela resolveu fazer o bem de seu amor, deixando de ser o peso com o qual foi comparada.
E assim essa menina ficou, até que ela encontrou uma pessoa que lhe mostrou seu valor, lhe mostrou que o mundo não gira em torno de apenas uma pessoa, e que as coisas sempre podem ser melhores.Foi a partir daí que a menina voltou a sorrir, voltou a escrever, voltou a contar piadas, voltou a viver.
E aquele amor, que ela um dia pensou que jamais iria morrer...é, realmente o amor não morreu, o que é verdadeiro nunca morre, mas se apaga, fica acesa apenas a lembrança, como se fosse uma prova de que um dia existiu.O amor não morreu, ele existiu, apenas não está tão forte como antes, a chama não está acesa como antes.Pois a menina não é a mesma de antes.
A menina agora...
É complicado, mas a menina agora não é apenas uma menina, a menina agora é uma mulher.

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